terça-feira, 7 de setembro de 2010

Thatiana Pagung e Jéssica Barbosa comentam nova montagem de 'Orfeu'


Em conversa com o site TE CONTEI, as atrizes Jessica Barbosa e Thatiana Pagung falam sobre o espetáculo “Orfeu”, uma versão repaginada por Aderbal Freire Filho da tragédia “Orfeu da Conceição”, de Vinícius de Moraes, que promete envolver o espectador com humor, drama, histórias de amor e vingança. "O Aderbal é um homem simples, agradável, que transforma aquele texto clássico poético em algo acessível, leve. Ele misturou o Rio de ontem com o Rio de hoje. Então, o público olha para o palco e imediatamente se reconhece”, diz Thatiana, que encara três personagens de uma vez: Rainha Prosérpina, esposa do Rei Plutão; Deise, uma costureira da comunidade; e uma das mulheres lideradas por Mira para matar Orfeu. “Ao contrário daqueles espetáculos da Broadway, por exemplo, na nossa peça nós somos vivos, temos pele bronzeada, somos bem reais”, acrescenta.

Para Jessica, a experiência tem sido prazerosa principalmente pelo lado do aprendizado e crescimento pessoal. Para entrar no elenco – em que todos, sem exceção, têm formação em canto e dança -, ela garante ter ralado bastante. “Ter feito 'Besouro' não me abriu portas. A gente ganha mais crédito como artista, mas tem que mostrar muito trabalho”, conta a bela, que precisou de uma mãozinha de Pagung para acertar o passo de seu samba.

“Na Bahia, a gente samba um pouco diferente. Aqui tem que jogar mais as mãos para o alto, olhar menos para o chão e ter mais postura”, afirma ela, que teve um pouco de dificuldade até definir o corpo ideal para a personagem muito ousada e altiva. “Quando encontrei o ponto, achei estranho, igual a sapato novo, que machuca. Ela é sexy, fala alto e pensa que Orfeu é seu homem. Bem diferente de mim na vida real”, admite a atriz.

Fazer parte do elenco de “Orfeu”, além de um privilégio, é uma transição na vida de Thatiana, que, ex-rainha de bateria da Mocidade Independente, deixou de lado a “indústria do samba” para se dedicar de corpo e alma a sua arte. “O Carnaval tem uma mídia avassaladora e, no final, as pessoas acham que você é só aquilo ali. Quero fazer o que eu amo: teatro, canto, dança. Às vezes, vou para a academia de manhã, mas não tenho mais aquele compromisso fixo de estar na quadra da escola de madrugada nos fins de semana”, diz ela, que começou a atuar aos 11 anos e se formou na escola de música.

Em um ponto, as duas concordam em número e grau: o carinho e a cumplicidade que a equipe criou. “Isso é muito raro, as coisas funcionarem assim, tão bem. O clima é muito bom, há identificação, surpresa, emoção”, comenta Jessica, com o aval de Thatiana: “Todo mundo teve de ler todos os papéis, então dá para saber que todos estão se dedicando desde o início. E isso já é muito”.

Com tantos pontos a favor, a expectativa para a temporada, claro, é das melhores.

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